quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pois é do desejo que saem as angústias

Quando finalmente olhei para o lado, a hemorragia estava ali, impossível de ser contida. Impossível passar desapercebida. Me sufocando.

Na frente do espelho, não me reconheci. Quem era aquela louca? Dissimulada? Falsificada? Era uma estranha. Angustiada. Atormentada por ela mesma. Se alimentava de sonhos quebrados, aprisionava demônios à sete chaves. E por que? Pra quê? Por quem? Fui eu que criei TUDO isso?

Todos os meus pensamentos (escravos das minhas emoções) choraram juntos, e as lágrimas se misturavam ao sangue e no meio de toda bagunça havia a ilusão, o desespero, a libido, tudo me dilacerando como da primeira vez.
Só que mais intensamente.

domingo, 26 de junho de 2011

Consegue sentir?


Realmente, agora que estava pensando, o que importa é que eu senti. Chorando ou sorrindo, escurecendo ou esclarecendo, minha mente virando sol ou só chovendo e chovendo; eu senti.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Täglich Dietrich, dia 22 de junho, um dia preto.

Bom... hoje minha Oma morreu. Gostava tanto dela, sempre me apoiou, sempre me fez levantar. Era para ela que eu contava tudo. Já sinto saudades. Mas que droga, eu chorei tanto, mas nunca vi alguém mais triste que meu Opa na minha vida. Ele era tão alegre, parecia um palhaço, mas ele estava tão... branco no exterior e preto no interior. Eu já não sei o que faria se ele também se fosse.

O Pierrot não pôde ir ao enterro, digo, devemos continuar em segredo, por enquanto. Mas ele me ajudou o quanto era possível pelo telefone. Senti falta do seu abraço, sua barba, seu sorriso.

O telefone está tocando, paro de escrever aqui! Adeus, Diário.

domingo, 19 de junho de 2011

Vivos, juntos, a sociedade prospera

Através destes textos, que leem tanto, ou, ao menos, imagino que leiam, deposito minha fé. Vocês, leitores, estão a interpretar esta fé. Tomem-na com conforto e acolhimento, esta é minha herança à próxima geração.

Através destes textos eu não mostro a minha fé a Deus, claro, isso seria ridículo; a Bíblia já existe. Aqui eu passo a minha fé de que a próxima geração seja melhor, e, quem sabe, como a conhecida teoria diz, melhor; evoluída.

Através destes textos eu deixo a todos o meu conhecimento, que não considero grande, mas que existe. Façam bom proveito dele, é tudo o que tenho! Permitam que o conhecimento antigo ajude o futuro.

Através destes textos eu vivo, na verdade, sou imortal. Vivo em palavras, vivo em aspiração, vivo em olhos e mentes, Promovo mudanças aqui, basta você percebê-las! Percebê-las e executá-las. Ajudar-me a executá-las, digo.

Através destes textos transferimos nossas ideias, você concorde com elas ou não. Nossas ideias para um mundo melhor, para uma fantasia inalcançável, para uma paz longe de ser alcançada. Aquelas famosas “pazes e amores”.

Através de todos estes textos, temos um propósito, um objetivo. Pois “no matter what people tell you, words and ideas can change the world”, só depende de nós como sociedade. Por isso, formamos essa sociedade viva; de poetas imortais.

White Witch

Olá, claridade, já faz um bom tempo que abandonaste minha alma... É calmante tê-la de volta. A escuridão em que me deixaste, durante todos estes anos, a fria e solitária escuridão está agora tão aconchegante, aprendi a gostar dela e, aditemos, sem ela não escreveria.

Sei bem que ao ver-te meu coração abriu um sorriso do átrio esquerdo ao direito, mas sei melhor ainda que você é enganadora! A única coisa que faz é dar-me esperança e tirá-la num último momento de alegria. Por isso, deixe-me, bruxa branca, e nunca mais ouse voltar! Deixe-me na confortável e fria escuridão, pois, pelo menos aqui eu posso dormir e esquecer da vida que ainda tenho pela frente.

PS: Fiz esse texto já há um tempo, esqueci-me de postá-lo. Aí está, desculpem-me pelo título.

sábado, 18 de junho de 2011

Täglich Dietrich, dia 18 de junho, um dia excepcional qualquer.

Querido Diário, aqui estou eu novamente, não pretendo manchar muito suas páginas com minha alegre tinta. Todos os dias desde minha última entrada foram de extrema tortura, passei a semana inteira, sim! Inteira, tentando conseguir o perdão de Pierrot! Fora uma luta e tanto, chorei e o abracei... Pelo menos, tentei abraça-lo em meio às suas esquivas. Mas quando o beijei, senti seu alívio e felicidade.

Enquanto o beijava, sentia também o salgado sabor de suas lágrimas, escorridas por bochechas. Um salgado transformado em doce pela magia do momento! Fora perfeito, apenas sei que não trabalhamos aquele dia. Nossas conversar virtuais eram importantes, até demais! Ainda que não podemos nos relacionar, política da empresa e tudo o mais.

Não se engane! A tal “política” não é contra relacionamento entre funcionários, e sim contra qualquer relacionamento homossexual. Pura crueldade, temos que ser cautelosos, senão perderemos nossa forma de ganha-pão. Ah, não devo me importar com isso, certo, Diário? O dia foi excelente, melhor impossível, e comecei a viver hoje. De hoje em diante.