domingo, 18 de novembro de 2012

Desaparecimento


Do espaço escuro, o asfalto,
Das estrelas, o vidro estilhaçado.
Em mil pedaços
Brilhantes e cintilantes.

Eu.

O descer da caixa,
O subir da alma.
A libertação,
Mas nem sempre a salvação.

Sua.

A chuva da calma desespera
Enquanto a gente espera.
Espera um milagre
Do frio e da outra metade.

Minha.

O cheiro de terra molhada,
A conquista de território.
Cada um com sua bandeirinha isolada,
Na madeira encharcada.

Você.

Saudação em trovões,
O céu em clarões.
Um acolhimento
Ou um esquecimento?

Nosso.

O pai nosso não é o mesmo,
Mas ainda assim estou jogado a ermo.
Esperando o reencontro
Em um fantasioso ponto.

Assim como todos.


sábado, 3 de novembro de 2012

Pseudosoneto de um louco



Sinto o perigo apoiado em minhas costas,
A sombra de dois passados monstruosos.
Deixe-me falar enquanto deitado em seu colo.

Salve-me em carinhos e em cafunés,
Mas nada de café!
Só amor, sem intrigas, sem dor.

Um abraço apertado,
Duas mãos desesperadamente se agarrando,
Duas vidas, uma de cada lado.
Perdidamente se procurando.

Procurando no meio da multidão,
No meio da solidão,
Pela única possível razão
Para uma fantasiosa salvação.