quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um outro dia.

Texto 1 e 2

A
ndando pelas vielas de Nova York, com meu andar calmo e cuidadoso, pensando nos negócios que tenho de tratar com um certo senhor que me telefonara no dia anterior.. senti um arrepio na nuca, me virei e mal pude distinguir um vulto se escondendo atrás de um latão de lixo. Não me impressionei, nem sinti medo, pois o verdadeiro problema em situações como essa são nossas emoções, e sobre essas eu tenho total controle.

Me voltei para a frente, minha mão escorregando para dentro do paletó, e segui em um passo ainda mais vagaroso e distraído, e como o esperado, senti uma repentina aproximação e uma voz disse:

- Give me all the Money, you freak!

Certamente ele se referia a minha desgradável aparência, as cicatrizes no rosto e o andar manquitolado. Mas nem por isso me irritei, mas um ódio controlado cresceu em mim, aquele animalzinho pagaria por sua falta de educação.

Levei a mão esquerda ao bolso, pegando minha carteira, e olhei disfarçadamente para a poça de água embaixo de mim, meu adversário era um adolescente, não mais do que 17 anos, segurava uma pistola calibre 12, podia distinguir espinhas no rosto, mas não era feio e tinha um certo nervosismo, seria fácil.

Estendi a mão esquerda para trás e no momento que ele ia pegá-la ele abaixou um pouco a arma, e eu rapidamente enfiei-lhe o canivete que eu segurava na mão direita em seu pulso. Urrando de dor ele caiu para trás, me virei com um sorriso no rosto e disse-lhe:

- I’m the freak? Would you like to be like me? – e enquanto dizia isso arranquei a lâmina de seu pulso e passei-a na boca para sentir o gosto de seu sangue, para meu deleite tinha gosto de medo.

Agora chorando o garoto pedia perdão e implorava, não senti nenhum tipo de dó, e comecei minha obra de arte! Olhando a poça d’agua e vendo meu reflexo, fiz-lhe cortes transversais e paralelos, de modo a deixá-lo parecido comigo, modéstia a parte, foi um ótimo trabalho!

Quando terminei meu serviço o ladrãozinho ainda chorava e percebi, feliz, que ele havia molhado as calças. Limpando o canivete na blusa dele, levantei-me e segui em frente, afinal tinha um importante encontro.

Ao fundo ouvia um choro, que se distanciava...a vida realmente é fascinante, vejam como uma simples caminhada em uma gélida manhã pode se tornar tão agradável!

Kanibalas Kunigas.

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