quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Surgem dois estranhos e um raio me cai na cabeça.

Quando abri os olhos, novamente, já era noite. "Ah, agora sim". Apesar da escuridão, pude reconhecer o mesmo quarto, continuava, portanto, viva. O relógio marcava dez horas e aquilo me fez pensar que talvez ele tivesse ido me visitar em meu quarto e não me encontrou. "O que teria pensado?". Levantei-me e pus-me a caminhar pelo aposento, divagando.
Acordei na manhã seguinte com a mesma luz em meu rosto e percebi-me sentada num canto do cômodo, como havia parado lá nem mesma eu sabia. Em seguida surgiram dois homens, um deles, para não fugir à regra, vestido de branco. Este pegou-me gentilmente no braço levando-me de volta para cama. O outro sorria para mim como se já me conhecesse.
Então veio a revelação para todo o mistério que me cercava: o homem de branco era nada menos que um médico e estava ali para cuidar de mim. "Como! Minha saúde está ótima!", mas minha mente não estava, ao que parece eu estava louca. Sim, louca! E por que não? Obviamente ele não usou estas palavras e sim outras que a delicadeza da situação exigia. Eu me encontrava, portanto, num manicômio, ou numa clínica psiquiátrica, como preferirem, o fato é que aquela notícia atingiu-me como um raio e, desesperada, passei a gritar com todas as minhas forças. O outro desconhecido tentava me acalmar.
"Oh, chama-me de Helena? Pois então conhece-me? Mas eu não o conheço! Afaste-se de mim!"
Não sei como, nem porquê, mas após tanta gritaria senti-me atordoada e sonolenta. Meus dois estranhos despejaram toneladas de palavras consoladoras, das quais não compreendi nenhuma.
O medico explicou-me, quando me viu mais calma, que o homem que o acompanhava - não lembro-me se mencionou o nome - estava ali para fazer-me companhia, quando eu precisasse de alguém para conversar. O mencionado pegou-me, então, nas mãos, fitando-me com um ar insuportável de compaixão, mas que ao mesmo tempo me confortava.
A ideia não era má, talvez se eu lhe contasse minha história, com os detalhes tão exatos que guardei em meu coração, percebessem, por fim, que eu não era louca.
Então o homem pegou-me nas mãos fintando-me com...mas isso já lhes contei, certo? Ou não?...Não importa, continuemos a história.

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