quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu datilografo. Tu datilografas.

Eu, pessoalmente, tenho uma queda por máquinas de escrever. Queda esta que nem se compara com a de antigas cadeiras de balanço. Tudo bem que ambas possuem seu canto único, mas o da máquina de escrever...
E além de canto ela possui o teclado como arquibancada, e o cheiro daquela tinta quase fresca. Mas o que mais me encanta é que seu uso a longo prazo causa tendinite! Parece tão honroso que um escritor, após anos criando seus livros naquela mesma maquininha, venha a apresentar sinais da tendinite...a máquina de escrever é como um órgão sexual : você passa um tempo utilizando até que dá seu fruto (um filho, um romance), e com isso alguns problemas ( a responsabilidade, a tendinite) mas por isso mesmo você continua se orgulhando ( do órgão, da máquina) por ter permitido algo notável ( de novo : o filho, o romance).
A comparação é grotesca ( mas assim como Deus, o homem cria as coisas - as máquinas da tecnologia- à sua imagem e semelhança), contudo serve para demonstrar a superioridade da maquininha perante a cadeira de balanço e principlamente ao computador ( uma verdadeira mutação genética).
Ora pois! Não de todo generalizado, mas se compararmos um livro filho de uma máquina de escrever e os de um computador há de notarmos as diferenças...
Mas a verdade é que nada me sai da tela do computador. Só mesmo sentado à máquina ou de próprio punho . E talvez essa idolatria à datilografia e meu desprezo à digitação se dê porque essa última deixa transparecer minha incompetência literária diante de um computador.

Ignorem o astronauta.

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