terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cova.

Jackie: Um copo de tequila, por favor. Sem gelo.
Dietrich: Dois copos, estou tentando parar... Uma Coca com gelo e limão, por obséquio.
Astronauta: Blue Label duplo, por favor. On the rocks. Beber é inútil, logo... Eu bebo.
Jackie: O que seria do útil se não o estragarmos um pouco?
Dietrich: De nada serve o útil regulado, felicidade não se conhece limites... Perdoem o exagero, acho que.. Deixe! *cala-se com a Coca*
Astronauta: Admito as inutilidades. Elas são, no mínimo, poéticas... Pergunte às pessoas se elas gostam das inutilidades; elas dirão que não e eu as chamarei de hipócritas. E ser hipócrita é inútil.
Jackie: Astronauta, está muito filósofo hoje.  Ofereça um gole de Label à Dietrich, minha tequila é fraca. Quero ouví-lo de dentro, inútil, eu sei, mas o desconhecido me intriga.
Astronauta: Ora, ora, e não é que ele aceitou? Grande ideia, querida Jackie, grade ideia! *risos* Estou filósofo, por que os filósofos também são inúteis. Assim como a Coca do nosso amigo Dietrich. Largue isso, meu caro, faz mal para os ossos. *tira a Coca de Dietrich.
Dietrich: Eu... Eu agradeço, mas não agradeço. Vou precisar mais do que álcool para me abrir, mas gosto de vocês.
Jackie: *rápida olhada ao redor* Não vejo cirurgiões plásticos aqui, amigo. Não vejo nada além do álcool. Aliás, vejo, sim. Te vejo se escondendo na sombra da fumaça de meu cigarro.
Dietrich: É que já estou cansado de ver outros sendo discriminados por aí, aprendi, por sobrevivência, a me esconder.
Astronauta: Experimente charutos, Jackie, é mais sofisticado. Mas você mesmo se discrimina, meu velho, com seu silêncio bêbado.
Dietrich: CHEGA! A culpa é do horrível mundo em que vivemos. Não sou eu, Astronauta! A diferença, a homossexualidade, é apedrejada todos os dias. E não sou eu!

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