domingo, 25 de setembro de 2011

Vil Destino, seu final o aguarda.

Não consigo escrever! Estou inspirado, percebo isso... Mas... Não consigo escrever, não sai nada. Provavelmente me encurralarei no fim deste parágrafo, a não ser que lance perguntas na esperança de produzir um bom texto a partir delas. Porque isso? Porque minha mente de antigo escritor já não funciona mais? Precisa esta alma de tristeza para soltar letras? Que tipo de lógica é essa?

Leio meus antigos textos, todos eles cheios de metáforas, todos eles cheios de angústias, tristezas e ódios. Todos eles tristes, mas todos eles excelentes textos, modéstia à parte. Até agora eu só escrevi palavras insignificantes, nada profundas, nada interessantes. Leva a perguntar-me quem teria a paciência de ler isso.

Então é isso, corpo e alma? A palavra não pode existir sem o frio gelo da depressão? Se o tempo me prometesse uma carreira de escrita famosa, rica, confortável, abundante em tudo, onde nada fosse ausente com a condição de ser triste... De que me adiantaria? Quem escolhe ser triste e ser rico?

Muitos aí são desalmados como os destruídos Nazgúl, mas não eu. Eu preciso, necessito intensamente do fogo da paixão, fogo mais ardente que o que a própria Montanha da Perdição oferece. Já fui frio, já fui triste, já fui um “Compadre” (permiti a mim mesmo, aqui, introduzir certa intertextualidade), sim. Mas não pretendo sê-lo de novo, não hoje, não com ela, não! Aqui, de novo, digo ao destino: Não! Eu o impeço (perdoem-me por outra).

Ordeno-lhe como apenas O Hobbit tem autoridade, com Ferroada empunhada, que vá bater em outra porta, pois “you shall not pass” (mais uma). Você passou da outra vez e talvez deva agradecer por isso, realmente! Mas por essa, por essa você não passa, você não é forte o suficiente, sua lâmina antes tão fria e perfurante derreteria no fogo invisível que aqui existe, que aqui não apaga e nem foge.

Portanto, destino desgracioso, porque não foge antes que lhe meta o rabo entre as pernas? Antes que seja derrotado como o grande Balrog de Moria fora pelo meu velho amigo Gandalf? Sabes muito bem que “size matters not”, como diria Gimli, aquele anão rabugento. Fuja e não volte mais, desapareça, pois a Ferroada agora é coberta por um fogo mais ardente que o de mil sóis, agora é mais afiada que as lâminas de Elendil.

E serei eu, seremos nós a nova lenda viva da Terra Média. Nós seremos os que afugentarão o cruel destino, seremos os que inspirarão outros a fazer o mesmo, seremos nós os que sobreviveram. Lembre-se dessas palavras, destino pútrido e vil, pois são elas que proclamarei quando o destruirmos. Prepare-se, velho amigo, aqui estou eu com a espada, esperando ansiosamente por suas distintas batidas em minha porta de madeira. Venha, venha para o seu destino. Seu final destino.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pra quem não tava inspirado, saiu-se um belo texto.

O Hobbit disse...

Ah, muito obrigado, meu caro... É como eu disse: Lancei perguntas e tentei continuar baseado nelas.
Um abraço!