domingo, 13 de fevereiro de 2011

Não chore; pense, liberte.

Vidas vêm e vão, sempre de forma inesperada. Rompemos a bolsa e assustamos a todos... Expiramos, e lá se vão todos ao desespero, agarramos a um fio de esperança para nos mantermos sãos, mesmo sabendo que, na verdade, esse fio é inexistente. Inexistente para nosso pesar!
Embora pensemos estar sempre preparados para o fim amargo de nossos amados, a morte sempre acha uma forma de andar sorrateiramente sob a sombra e nos pegar de surpresa, aproveitando e derrubando-nos e ajoelhando-nos, chorando sobre leite derramado, nosso leite derramado. Agora não há volta. O que quer que seja que tinha vontade de dizer ao recém-liberto será impossível de lhe chegar aos ouvidos, teus choros e anseios não lhe arremeterão, não serão ouvidos. Teu amor, todos esperamos, fora para um melhor lugar, onde os problemas terrenos não são lembrados. Longe de tudo e todos, longe de você, longe de mim.
O que chamamos de velório não é nada diferente de uma comemoração da morte, da libertação da alma. Não devia ser preenchido por tristonhos rostos e um rio de lágrimas, devia haver nele uma grande festa, com vários amigos e risadas, porcos no rolete, ovelhas, cervejas e bebidas. É disso que devia ser preenchido um velório, nada menos, nada mais.
A troca de mundos é algo inevitável, quando isso acontecer ao seu chegado, deixe-o ir! Não prenda parte dele com você, deixe-o ir. Não o esqueça, apenas não chore, comemore o que passaram juntos. O que resta para você é manter sua cabeça levantada imponentemente entre multidões de desolamento, manter tua sanidade e passar a tua alegria para os que estão presos ao chão negro do luto. Use tua esperteza e liberte-os, com a chave de teu coração.
Mantenha a cabeça erguida, a felicidade por cima, a amizade na tua moradia, o amor sob garantia e a tristeza na tua escrivaninha.

Sinceramente seu,
O Hobbit.

Nenhum comentário: