domingo, 13 de fevereiro de 2011

Inspiração dos Astros na plena tarde

Saudações, Terra. Eu tenho andando por muitos planetas utlmamente, para não dizer galáxias. Mas não tinha ninguém lá. Ninguém que me chamasse de navegador de estrelas, como na desambiguação da palavra astronauta. Nada que me lembrasse, ainda que remotamente, as cócegas causadas pelas cerdas de um gramado. Nem ao menos que ecoasse docemente em meus ouvidos como uma imitação barata da pura água corrente.

Na verdade estão todos aqui. Ou estamos todos aqui. E aqui há quem nos diga palavras em um idioma conhecido – ou não – e algo que nosso tato reconheça como a espessura da casca de uma árvore. Aqui há o barulho da chuva na calha do telhado que me faça pensar em Deus. O nosso, a verdade universal.

Então, antes que minha alma fosse tomada pela essência da falta contínua do perfume da singela flor , escrevo-lhe para anunciar a minha ida a seu encontro, casa. Porque fiquei sabendo da sua saúde delicada. Mas eu trouxe algo desses planetas em que estive navegando, e que lhe sirva como remédio: trouxe a conhecida sensação de pedaço perdido, de saudade elevada ao cubo que aquele distante cheiro de lar nos traz, e nos deixa nostálgicos... mas a cima de tudo nos lembra da singularidade da casa, nossa casa. E de como é única, sozinha, lá, um pontinho no universo. Mas ah! Que pontinho belo! O que eu trouxe é a consciência dessa falta de estoque. E a vontade de conservar esse cheirinho de casa. Do modo original, perfeito. Então, Terra, eu prometo cuidar-lhe.Pois a salvação está aqui, ó : S2

Terra, um #detalheignorado.

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