Feche os olhos, conte até 10, sinta terra se movendo,
respire fundo, sinta seu coração batendo contra o peito, a expectativa que
cresce dentro de si, o maremoto de pensamentos e frases soltas, as imagens da
felicidade e da tristeza em um redemoinho de cores... Sinta da ponta do seu
dedo do pé até as raízes do seu cabelo, passando pela cintura, dedos das mãos,
axilas, lábios e orelhas... Sinta a pulsação da vida, da sua vida, em todos os
bilhões de universos e realidades, conhecidos ou desconhecidos, reais ou
imaginários, de todas pessoas que respiram e todas que pensam, nenhuma sequer
se parece minimamente com você. Você viveu fatos que – embora outras pessoas
possam ter vivido – nunca estiveram ordenados nessa cronologia e nessa
importância, em um corpo com as células e moléculas com essa conformação, em
uma determinação genética e fenotípica inéditas, em um cérebro com uma
capacidade de interação, armazenamento e imaginação impressionantes. Você é
único, como uma gota de orvalho repousando em uma folha de um pé de acerola na
manhã de uma segunda-feira, existem infinitas gotas, trilhões de folhas,
bilhões de pés de acerola, milhões de manhãs, milhares de segundas-feiras, mas
a maneira como você imaginou isso.. só existiu uma vez, e uma vez dentro da sua
consciência.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
Despedida
Vil Sociedade,
Me prendeste em
Correntes de
palavras,
De juramentos,
De pressão.
Por meio desta
Minha última obra,
Meu último poema,
Me despeço de vocês.
Sentirei a falta de
todos.
Mas cansei-me,
Quebro as algemas,
Viro livre,
Torno a avoar por aí.
Almejo novas
aventuras.
Não esquecerei do
Que passamos juntos
Mas este velho Hobbit
Quer crescer
E nada mais vê aqui.
Um triste adeus
A todos vocês...
Quem sabe não volto
A ajudar-lhes
Com minha trêmula
caligrafia novamente.
Bilbo Baggins.
PS: Esta é apenas uma forma figurada de despedida que fiz e as palavras que nela se encontram são cruéis, mas nem um pouco verdadeiras. Espero que os leitores entendam que é apenas uma obra de ficção, tendo a despedida como única verdade. Portanto, despeço-me; um grande abraço aos que me acompanharam. Adieu!
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