terça-feira, 10 de abril de 2012

Amiúde.

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Só queria sentar em uma cadeira no fim da tarde, em uma
varada qualquer, e ver o por do sol. Só queria escrever em frases simples todos
os sentimentos do mundo. E não há problema nenhuma em sermos apenas eu e meu
rock and roll. Sem rodeios, sem justificativas. Diretamente do coração.
Ninguém disse que seria fácil. Mas ninguém disse que seria
em pares. Até andaria de mãos dados por algumas milhas da mesma estrada, mas na
primeira curva eu não tentaria manter os dedos entrelaçados.
Diga-me que podemos seguir as primeiras estrelas da noite,
mas distantes, sozinhos, da forma mais poética. Dê-me uma gaita e eu tocarei
embaixo de uma árvore qualquer. De uma árvore que aceite minha solidão
escolhida e todos os meus milhões de amigos. Eu manterei dessa forma.
Diretamente do coração.
Então deixe que seja diretamente do coração. E não há outra
forma de ser senão a solitária. Pois não há nada como um silêncio que em si
mesmo não é nada mais que o eco do mundo. E não se escuta o eco do mundo com
mais alguém porque não se pode escutar o coração de outrem, não da forma mais verídica.
E por mais longe que eu vá, será sempre diretamente do
coração. Porque eu estarei só e deverei somente, e nada mais, que a minha
essência.
A casa está lotada e eu só tenho um violão em minhas mãos e
toda a poesia da vida solitária. Tocarei, então, diretamente do coração. Então me retribua, diretamente do coração.
Retribua com a sua distância do meu coração. Direto.

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