quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sou do tamanho do que vejo. Não do tamanho da minha altura.


Antes de mais nada, peço licença humildemente à meu amigo O Hobbit para que eu possa postar após seu belo texto abaixo.

Estou um pouco encantado com a biologia de alguns anos-luz para cá. Eis que o Astronauta assistia à um desses documentários bem conceituados. E era sobre nanismo. Anões primordiais e assim por diante. Não, não farei nenhuma piada a respeito de enterro de anões. O assunto é um tanto mais profundo que a logia das piadas.
Esses homenzinhos notáveis são mais altos que muitos jogadores de basquete por ai! Preciso colocar aqui, em palavras e claramente, minha admiração por estes seres humanos, pequenos só no tamanho.
A velha frase infantil cabe muito bem aqui : " tamanho não é documento". Parei para raciocinar o porque de nós, homo sapiens, medirmos tudo. E criar tantas unidades ...Pois, você sabe, o Himalaia possui nada mais nada menos que sensacionais 8848 m ( 29029 pés) e 2600 km de comprimento. A Torre Eiffel possui seu modestos - mas não menos importantes - 324 m. Que o animal mais alto do mundo é Girafa, com seus esbeltos 9 metros. E quem diria que o Guepardo pode chegar a 110km/h!!
Pois é, é incrível o quão alto e rápido as coisas terrestres ( ou não) podem ser. Mas isso não responde a questão. Um anão primordial pode ser tão baixo quanto um pneu de carro ( não resisti: 50 cm) mas porque não medimos a alma? O caráter? Ou melhor, a força de vontade? Porque, ai meu caro, haja fita métrica! Voltando ao início, o Astronauta aqui ficou encantado com a habilidade desses anões em levar um vida normal e orgulhar-se de si próprio. Encantei-me desde os fatores de probabilidade genética para um gene recessivo até com as questões sociais e adaptativas pelas quais essas pessoas passam.
Disse para minha colega Mrs Havisham que meu próximo texto seria a respeito de nanismo, mas ela pareceu não crer. Aqui está Havisham! Nunca imaginei que nesse universo tão imenso (com pelo menos 156 bilhões de anos-luz, sendo 1 ano-luz igual a 9,5 trilhões de km) eu pudesse me interessar por um assunto - com o perdão pela piada- tão pequeno!
É porque assistindo o tal documentário conceituado eu fui entender, em um misto de ciência e poesia, do que falava Fernando Pessoa: "Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo. E que é inútil querer apressar o passo do outro, a não ser que ele deseje isso. Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar. Porque eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura." E acredito que os anões entendem muito melhor o poeta do que nós, que temos mais que 1,5m . Inúteis, agora.

P.S: quem quiser saber mais a respeito do Nanismo Primordial, e se encantar junto com o Astronauta, clique aqui.

Um comentário:

Mrs. Havisham disse...

De fato Astronauta, você me surpreendeu!Mais uma visão completamente original de um assunto pouco refletido.Meus parabéns!!