Descobri que tenho inclinação ao Deísmo (admito que não dei-me conta disso apenas hoje, mas assim ficará a contribuir pelo poetismo do texto). Para quem ignora, o Deísmo é uma posição filosófica que admite a existência de um Deus, mas que questiona a ideia de revelação divina. Os deístas consideram a razão como um meio de assegurar a existência de Deus, não exercendo nenhuma prática religiosa. Para os deístas, Deus se revela através da ciência e as leis da natureza.
E é daí que agarramos a ponta do tema Morte e Injustiça.
Eis que tudo se iniciou com um debate, espontâneo mas um tanto revoltado, entre minha pessoa e minha amiga Cigana Oblíqua e Dissimulada. Ela afirmava que a brisa mais forte passara hoje e levara consigo a pessoa errada. Com eu mesmo disse em meu texto anterior, era cedo demais. Daí a Morte.
Concluímos, assim, que ocorrera uma injustiça tamanha no dia de hoje! Caberia acionar serviços advocacionais se fosse de ordem terrena. Mas não era. Era espiritual. Entãonos revoltamos! E com aqueles que talvez diriam perante o mausoléu " era sua hora. Deus assim o quis". Ao diabo com as horas! De que servem elas? De que servem elas se são tão imprecisas? Se marcam horários a pessoas erradas, a pessoas que tinham atrás e a frente de si uma construção enorme de sonho e de vida? Mas é, Cartola, estava certo meu caro, o "mundo é um moinho e vai triturar seus sonhos tão mesquinhos."
E - não digo " ao diabo" pois seria atrevimento demais - que tem Deus com as injustiças? Quem ousa ligar Deus as injustiças do Mundo? Ele nada tem com isso. Nós é que temos. Somos sempre nós que temos. Somos nós que criamos tantas formas diferenciadas de se morrer, de se corromper, de destruir a si proprio e aos outros. Deus nada disso criou, e Ele avisou que não criaria, que nada tinha com isso. E tantas vezes! Então calem-se quem diz isso. Você nada sabe.
E antes que alguém grite " como é piegas, Astronauta de Mármore", digo que talvez o seja. Sou de mármore mas tenho sentimentos e ideias diversas. Ainda que idealistas.
Uma música que eu ouvi enquanto escrevia estas linhas é a Ode a Alegria, ou 9ª Sinfonia de Beethoven. Amo e idolatro essa melodia, mas acho que de alegria ela não tem nada. Para mim, ela fala ( e fala ao coração, que fique claro) de honra e superação dentro de si mesmo. Eu diria que Beethoven foi injustiçado ao perder a audição... mas aí eu pensaria: ele se superou ( e olha que superar a Beethoven não é nada possível) e se não fosse sua perda de audição a Ode a Alegria não seria bela como é. Aí sim eu diria : Deus tem com isso. Deus está nessa manifestação da natureza ( de ordem biológica).
DEDICATÓRIA: a C. e seus sonhos de juventude, e a tia H. por sua sabedoria da velhice.
Para quem quiser escutar a Ode a Alegria , clique aqui.
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