Caro estranho,
Por favor, me chacoalhe, me balance, me empurre. Me estapeie, uma, duas vezes, ou uma vez em cada face: me acorde, me diga "já chega". Berre, escandalize, me curta, me doa, não me deixe morrer sem cicatrizes, não me deixe viver sem histórias, faça de mim seu teorema, sua prática, sua lágrima, me use como quiser, me conheça, me enfureça, me pare, me aqueça.
Leia Sidney Sheldon para mim, me invente, aceite, me mutile quando necessário... Não me fragilize, não me levante, ME ELEVE! Não abaixe os olhos, não, não agora. Reflita em mim todos os seus Shakespeares, com duas mil e onze rosas a receber, com coreografias na porta de casa, com aquele desespero lindo: me suspire, me despedace, me delire.
Vibre, relacione, esfregue, desfile para mim num espasmo, me faça sentir de novo todo o mistério de algo sincero, algo silencioso, louco. Não vire as costas, não pegue o ônibus. Volta, por favor. Não me deixa morrer assim...
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