Depois de certo tempo, Maximillian Sheldon nunca tinha se divertido tanto na vida, pois largou tudo o que lhe era conveniente e decidiu viver de verdade, decidiu pular do seu precipício interior, decidiu sentir o vento na cara para descobrir se isso era, afinal de contas, bom ou não.
Maximillian Sheldon se achava perfeito, e quase era. O tédio narcisista o consumia às vezes, mas por sorte eu embaçava o espelho e a gente voltava a passar horas e horas juntos, deitados, se contentando apenas com a respiração alheia.
Maximillian Sheldon era muito suspeito, também, pudera: depois de tanto mistério na vida, nada mais justo do que instigar um pouco os outros. Me deixava recados e incógnitas indecifráveis e adoráveis aos pés da cama, na geladeira e dentro do carro. Maximillian Sheldon era um pouco pervertido, mas sobre isso, prefiro deixar em off. Jackie tem uma imagem avassaladora, mas não pejorativa, né.
Eu vou matar Maximillian Sheldon... Vou sufocá-lo em frases, em dores, lambidas, cheiros, purezas, colos, notas musicais, cartões, segredos, unhas, poses, risos... Eu vou matá-lo ainda tantas vezes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário