"Era já inverno, final de 1967, no primeiro dia em que, de fato, nevava em nossa cidade, e a neve parecia querer compensar o atraso.
Estávamos todos reunidos em frente à rodoviária, dezenas de jovens despediam-se de suas famílias e subiam num ônibus, deixando aos prantos moças apaixonadas e pais aflitos. O mesmo fazíamos nós - papai, eu e Cathy. Me despedi primeiro de Lionel, abracei-o com toda a força possível, ele me disse suas costumeiras palavras de doçura e precauções e virou-se para Cathy que, veja só, conseguia até sorrir para confortar seu amado.
Voltei-me então para JJ e olhei bem para seus olhos que, naquele momento, não pareciam altivos, superiores e sim ternos, serenos. Era incrível como nada abalava aquele homem, como era possível que estivesse tão calmo num momento como aquele? Mas estava, e, em contrapartida, os meus olhos revelavam uma noite mal dormida, lágrimas recém derramadas e mais uma tempestade de sentimentos que havia dentro de mim . JJ beijou-me, primeiro nos lábios, depois na testa, e a buzina do ônibus indicou-nos que era chegada a hora".
Mas veja se não é meu amigo Matthew se emocionando! Eu sei , querido, é uma história muito triste e difícil de ser contada, mas acha que se eu estivesse louca, conseguiria contá-la dessa forma? Está certo, continuarei.
"JJ e Lionel iriam de ônibus até o aeroporto de onde voariam, finalmente, para o Vietnã. Meus dois soldados subiram, então, no ônibus, vestindo suas fardas que lhes davam ainda mais ares de heróis.
Até logo Jack - foi minha ultima frase.
Adeus Helena - foi sua resposta. E apesar de ter sido a mesma resposta de Lionel, a dele causou-me uma leve pontada no coração.
Estávamos todos reunidos em frente à rodoviária, dezenas de jovens despediam-se de suas famílias e subiam num ônibus, deixando aos prantos moças apaixonadas e pais aflitos. O mesmo fazíamos nós - papai, eu e Cathy. Me despedi primeiro de Lionel, abracei-o com toda a força possível, ele me disse suas costumeiras palavras de doçura e precauções e virou-se para Cathy que, veja só, conseguia até sorrir para confortar seu amado.
Voltei-me então para JJ e olhei bem para seus olhos que, naquele momento, não pareciam altivos, superiores e sim ternos, serenos. Era incrível como nada abalava aquele homem, como era possível que estivesse tão calmo num momento como aquele? Mas estava, e, em contrapartida, os meus olhos revelavam uma noite mal dormida, lágrimas recém derramadas e mais uma tempestade de sentimentos que havia dentro de mim . JJ beijou-me, primeiro nos lábios, depois na testa, e a buzina do ônibus indicou-nos que era chegada a hora".
Mas veja se não é meu amigo Matthew se emocionando! Eu sei , querido, é uma história muito triste e difícil de ser contada, mas acha que se eu estivesse louca, conseguiria contá-la dessa forma? Está certo, continuarei.
"JJ e Lionel iriam de ônibus até o aeroporto de onde voariam, finalmente, para o Vietnã. Meus dois soldados subiram, então, no ônibus, vestindo suas fardas que lhes davam ainda mais ares de heróis.
Até logo Jack - foi minha ultima frase.
Adeus Helena - foi sua resposta. E apesar de ter sido a mesma resposta de Lionel, a dele causou-me uma leve pontada no coração.
2 comentários:
Querida Miss Havisham prometo que darei continuidade à nossa história e que nos proximos dias darei prioridade a isso.Queria que voce continuasse dando vida a Cathy, para que eu possa falar da mesma forma que voce começou. Parabéns pelo sentimentalismo bem medido do texto!Beijos.
Por mais simples que tenha sido esse texto, admito que senti a emoção nele contido e lacrimejei. Consegui imaginar o momento da partida perfeitamente, o ônibus e tudo o mais. Parabéns, Mrs. Havischam, contadora de histórias.
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